Localizado no município de Feira de Santana, Tiquaruçu é amplamente reconhecido por sua vibrante Folia de Reis e o tradicional samba de roda. No entanto, o distrito oferece muito mais do que festas populares.
As ruas de Tiquaruçu são marcadas pela presença de belas construções antigas, incluindo casas e casarões que contam histórias de outras épocas. Essas edificações, preservadas ao longo do tempo, refletem a riqueza cultural e histórica da região, sendo um atrativo à parte para moradores e visitantes.
Com sua atmosfera que combina tradição e memória, Tiquaruçu se consolida como um destino que vai além das festividades, convidando todos a descobrirem os encantos do passado que vive em suas ruas e na hospitalidade de seu povo.
Casarão Rosa

Quem chega à entrada do povoado de São Vicente logo se depara com uma imponente construção cor-de-rosa, que chama atenção por seu design arquitetônico singular. O chalé, construído seguindo padrões europeus, pertenceu a uma família de grande influência no distrito.
Encomendado pelo coronel Artur Motta, o Casarão Rosa, desde sua inauguração, atraiu a atenção de importantes autoridades da época. A construção destacava-se por sua imponência, com diversos detalhes arquitetônicos que contrastavam com as demais casas da região, conferindo-lhe um charme único.
O casarão serviu posteriormente como sede do reisado do distrito, e como sede do grupo ORCARI.
Casas Coloridas de São Vicente

As casas do povoado sede de São Vicente chamam atenção por suas cores vibrantes e arquitetura peculiar. Muitas possuem portas altas de madeira e várias janelas viradas para a praça. Em alguns casos, foram construídas com taipa. As residências são maiores e mais imponentes, e algumas exibem a data de sua fundação em suas fachadas, reforçando o valor histórico da região.
Ainda hoje, muitas dessas casas são habitadas, enquanto outras foram adaptadas para uso comercial. Algumas estão à venda, aguardando novos proprietários que possam preservar sua história e charme únicos.
As casas do Povoado do Socorro



As casas do povoado do Socorro possuem características marcantes. Muitas são estreitas, com algumas medindo apenas cinco metros de largura, mas se destacam pelo comprimento. Apesar de mais padronizadas, apresentam detalhes únicos, como portas e janelas de madeira, sendo construídas tanto de blocos quanto de taipa.
Com o passar do tempo, muitas dessas residências foram deterioradas, e grande parte está desocupada. As casas maiores, porém, abrigam pequenos mercadinhos e bares, enquanto a associação de moradores do distrito funciona em uma dessas antigas construções. Essa mesma casa já serviu como casa de farinha, espaço para aulas de capoeira e reforço escolar, tornando-se um símbolo da adaptabilidade da comunidade.
Os moradores mais antigos mantêm viva a memória dos antigos habitantes, muitos dos quais já faleceram. No entanto, o cenário atual reflete a ausência de manutenção: algumas casas têm apenas as fachadas preservadas, outras possuem placas de venda, enquanto muitas permanecem desabitadas e em ruínas. Essas construções resistem como testemunhas silenciosas de um passado rico, mas necessitam de cuidados para manter sua história viva.
Casarão das Meninas do Tanque do Canto

Percorrendo os caminhos do distrito é possível visualizar várias casas antigas, muitas desabitadas e desgastadas.
Algumas chamam atenção por seu tamanho, como é o Casarão das Meninas do Tanque do Canto. O casarão que tem traços antigos em sua construção, com portas altas e janelas grandes e largas feita de madeira, piso de pedra, obedece um padrão de construção bem comum em casarões antigos, um grande corredor que divide e nos leva a outros cômodos. O casarão possuí vários quartos e salas amplas. Segundo as moradas o casarão possuí mais de 100 anos.
As tradicionais Casas de Farinha

As tradicionais casas de farinha são parte da paisagem e da cultura do distrito. Muitas delas ainda estão em plena atividade, funcionando como centros de produção de farinha de mandioca, goma e beiju. Geralmente comunitárias, essas casas são construídas de forma rústica, utilizando materiais simples e práticas tradicionais.
Um dos destaques dessas construções é o grande fogão a lenha, elemento indispensável no processo de fabricação. Além de seu valor funcional, as casas de farinha representam um espaço de encontro e colaboração entre os moradores, preservando técnicas centenárias e reforçando os laços da comunidade.
Escrito por: Brenda Daniele