A Polícia Federal deflagrou a denominada Operação Profeta após denúncias de vítimas de crimes cibernéticos (crimes que têm como alvo quem faz uso de um computador, uma rede de computadores ou um dispositivo conectado em rede). A Operação tem como objetivo desarticular uma organização criminosa responsável pela prática de diversos crimes a partir de investimentos em criptomoedas e mercado Forex. Estima-se que a organização lesou cerca de dez mil investidores. As buscas acontecem em cidades como Rio de Janeiro e no interior de São Paulo. O nome da Operação se dá pelo fato de que o líder da organização usava a religião para atrair as vítimas.
A advogada criminalista, especialista no âmbito digital, Andreza Alves, diz que a informação é um dos caminhos para diminuir o número de crimes cibernéticos. “Quanto mais se compreende e se difunde a amplitude dos crimes cibernéticos, o chamado “modus operandi”, que os criminosos utilizam para fazer as suas vítimas e técnicas simples de prevenção que podem ser adotadas por qualquer pessoa, mais teremos uma diminuição no número de casos envolvendo tais crimes. Outro ponto que precisa ser considerado a fim de reduzir a ocorrência de crimes cibernéticos é impedir a impunidade de quem os pratica”.
Sobre sites e aplicativos de origem duvidosa ou não confiável, a advogada informa que existem algumas maneiras para evitar cair em golpes, como a verificação do domínio do site, isto é, o endereço digitado para chegar até ele. “Na maioria dos casos, os criminosos cometem erros grosseiros de escrita no nome do domínio do site que facilmente podem ser percebidos. Na mesma linha, deve-se checar se o endereço do site possui a sigla HTTPS – somente sites confiáveis possuem esse protocolo -, que é responsável por garantir uma comunicação segura com o servidor. Outra medida muito importante é verificar a reputação do site com uma rápida pesquisa no Google, assim será possível observar o que as pessoas estão falando sobre ele, se o acesso é ou não seguro etc”.
Segundo uma pesquisa do Instituto Data Senado, 24% da população brasileira sofreu algum tipo de golpe virtual no último ano de 2023.
A fim de diminuir dados negativos, a Dra. Andreza finaliza alertando que “campanhas nos meios virtuais e mobilizações sociais são importantes para informar e também para chamar a atenção do Poder Legislativo acerca da necessidade de uma legislação adequada que tipifique os crimes cibernéticos não tipificados nas leis já existentes”.
Escrito por: Lucas Falcão