Há 16 anos, a Polícia Federal desarticulava uma quadrilha que aliciava mulheres em Feira de Santana para promover ou facilitar sua exploração sexual em clubes europeus, situados em Ibiza, na Espanha, e na cidade de Brescia, na Itália. A Justiça Federal condenou, em agosto de 2008, seis pessoas denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por, dentre outros, tráfico internacional de pessoas, associação criminosa, falsificação de documentos e divulgação indevida de informações sigilosas. A Operação ficou conhecida como Princesas do Sertão.
Embora tenha ocorrido há mais de uma década, o caso ainda repercute, destacando a gravidade do tráfico internacional de pessoas e a necessidade de combate contínuo a essas redes criminosas.
Os condenados à época foram Adalto Ferreira de Andrade, Bruno Silva de Santana, Rogéria Matos de Santana, Ylana Caetano Dias, Cristine Leão Batista e Odemício dos Santos Dias, a penas que variaram de 11 anos de reclusão, detenção e multa a prestações pecuniária e de serviços à comunidade.
Na época, a quadrilha atuava em dois ramos – um italiano e outro espanhol – que aliciava mulheres na região de Feira de Santana. As passagens eram compradas com cartões de crédito clonados. Para a compra dos bilhetes aéreos, eles violavam o sigilo funcional do sistema informático da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), a fim de obter dados pessoais dos titulares dos cartões a serem clonados. O crime era viabilizado por meio da senha de um policial civil, que tinha conhecimento de todo o esquema.
Pós-operação
Henrique Santana, soldado da Polícia Militar, destacou a importância da operação para a cidade. “A operação na época, demorou quase um ano para ser finalizada, mas quando concluída, percebemos que ninguém está a salvo de ser uma vítima. Foi importantíssimo para a cidade, em nível operativo e importante para o social, mostrando que o conjunto de policiais de Feira é extremamente competente”.
Henrique ainda destacou como foi importante para conscientização do povo. “Esse caso, apesar de ter sido um caso extremamente sensível, ajudou a comunidade a se conscientizar em relação ao tráfico. Muitos pais precisam ter mais atenção com seus filhos na internet, com quem eles andam e lugares que frequentam, principalmente mulheres, que são os alvos principais desses esquemas”.
Como denunciar?
Hoje, denúncias de crimes como esses podem ser feitas pelo:
Disque Direitos Humanos: Ligue 100 ou mande e-mail para [email protected]
Central de Atendimento à Mulher: Ligue 180
Polícia Militar: Ligue 190
Polícia Rodoviária Federal: Ligue 191
Polícia Federal: Ligue 194 ou pelo e-mail [email protected]
Polícia Civil: Ligue 197.
Escrito por: Ricardo Botelho