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O Algodão no Brasil: Fibras que Tecem Liderança Global, Sustentabilidade e Tradição Baiana

Por: Brenda Daniele

Safra Algodoeiro 2025 (Foto: Maria Rita Moreira)

Safra Algodoeiro 2025 (Foto: Maria Rita Moreira)

Da alta tecnologia do Oeste à cultura do semiárido, a cotonicultura brasileira se consolida pelo aproveitamento integral do ciclo produtivo, impulsionando a economia e a inovação.

O Brasil se firmou como uma potência no mercado global de algodão, alcançando em 2024 a posição de principal fornecedor de fibra do mundo e consolidando-se como o segundo maior exportador mundial. Nesse cenário de destaque, a Bahia emerge como um pilar produtivo, com o Oeste baiano concentrando vasta parte da lavoura e do sucesso do setor.

”A primeira tecnologia utilizada aqui foi de correção de solo, então, no passado, foi uma inovação: o uso de calcado e, depois, o gesso. Depois, incluímos a tecnologia dentro das lavouras, com maquinários utilizados. Avançamos com GPS e agricultura de precisão”, afirmou Gustavo Prado, Diretor executivo da ABAPA. 

Gustavo Prado, Diretor executivo da ABAPA (Foto: Maria Rita Moreira)

Gustavo Prado, Diretor executivo da ABAPA (Foto: Maria Rita Moreira)

O desenvolvimento da cotonicultura no estado é garantido  pela atuação da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), que em 2025 celebra 25 anos de fundação. A entidade se dedica a frentes como pesquisa, sustentabilidade, capacitação e qualidade de fibra, difundindo informações sobre o setor que gera emprego e renda para a Bahia.

A Complementaridade da Produção e a Herança Cultural

A narrativa do algodão na Bahia é complexa e rica, unindo a eficiência da produção em larga escala com a herança histórica da planta em regiões de semiárido e sertão.

Embora o agronegócio moderno do Oeste impulsione a liderança brasileira, projetos de algodão agroecológico e familiar, presentes em cooperativas no Sudoeste ou no Recôncavo, mantêm viva a tradição da agricultura sustentável. Essas iniciativas resgatam a cultura local como tecelagens e bordados e fornecem matéria-prima para o emergente mercado de moda ética e consumo consciente.

Essa conexão estratégica entre a fibra de alta qualidade e as narrativas de identidade cultural e inovação posiciona a Bahia com potencial para se tornar uma vitrine nacional em moda sustentável. Diversas lojas situadas no Brasil, utilizam da fibra natural na produção de suas peças, um produto de qualidade conhecida e comprovada, através de critérios rigorosos  de produção. 

O Ciclo Completo: Riqueza Sem Desperdício

Um dos pilares que sustenta o perfil de sustentabilidade da cotonicultura é o aproveitamento integral da planta, configurando um ciclo produtivo que minimiza o descarte e agrega valor a múltiplas cadeias:

  •   Fibra Têxtil: Principal produto, é o insumo fundamental para o setor têxtil, abastecendo a indústria de vestuário, artigos de cama, mesa e banho.
  •   Caroço e Óleo Comestível: O caroço é essencial para a extração do óleo comestível, amplamente consumido na culinária brasileira, e para a produção de manteiga de algodão.
  •   Farelo e Casca: Os resíduos da extração são transformados em ração de alto valor nutricional para o gado, integrando a cotonicultura ao forte setor pecuário baiano.
  •   Linter (Pelugem do Caroço): Este subproduto de alto valor agregado é utilizado na fabricação de papel moeda, celulose, cosméticos e insumos industriais, demonstrando a versatilidade da matéria-prima.

Essa gestão circular aumenta os recursos, e é um fator crucial no reconhecimento da importância do setor para o desenvolvimento do Estado na produção, e do país como um dos maiores exportadores de algodão. A produção de algodão vai muito além do que somente vestuários, ela está na mesa dos brasileiros, no alimento para os animais, nós aparelhos eletrônicos.

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